segunda-feira, 22 de junho de 2009

TGV e Novo Aeroporto


Numa altura em que é feito um compasso de espera nestes 2 projectos, entendo como oportuno e não me canso de o fazer, repetir alto e bom som, conforme tenho feito desde inicio, que estes projectos não têm qualquer razão de ser, muito pelo contrário.

Sou e sempre fui favorável a obras públicas como motor do desenvolvimento, mas o TGV é uma aberração em termos de custo/benefício, resultado não só do seu custo em si, como também essencialmente pelos seus astronómicos custos de manutenção.

Num País onde se encerram urgências hospitalares, escolas e outros serviços devido ao seu custo, com a agravante de acentuar assimetrias regionais, como podem vir com projectos destes? Loucura megalómana? Ou submissão a grandes grupos de interesse? Qualquer que seja a resposta, uma coisa é certa, isto é ao arrepio das necessidades do País e sem qualquer respeito pelas gerações vindouras.

Quanto ao novo Aeroporto, também não faz qualquer sentido, em primeiro lugar porque o Aeroporto da Portela, não está saturado de tráfico (nem vai estar), conforme querem fazer quer e o facto de terem retirado do site da ANA os respectivos mapas de ocupação, é elucidativo e revelador da falsidade desse argumento.

Mas mesmo considerando que o Aeroporto da Portela viesse a estar ou estivesse saturado, a solução nunca seria construir um novo, mas sim optar por desviar algum do seu tráfego da seguinte forma:

1. Pequenas Aeronaves - Muito simples, encaminhar este tipo de tráfego para o Aeródromo de Tires;

2. Aviões Charters - As partidas e chegadas deste tráfego noutros países faz-se dum modo geral a partir dum aeroporto secundário e não do principal aeroporto do país, pelo que julgo fazer sentido criar na Base Aérea do Montijo um terminal civil e encaminhar para aí este tipo de tráfego; há por lá muito espaço e com auto-estrada e ponte Vasco da Gama por perto, também não eram necessárias grandes adaptações;

3. Aviões de carga - Criando um terminal civil de carga no Aeródromo Militar de Alverca, e encaminhando para aí estes aviões, isto com a vantagem de ter a A1 e a linha dos caminhos de ferro mesmo ali ao lado e este tipo de tráfego também ficava bem arrumado.

Mas isto será assim tão difícil de perceber? Os custos de adaptação desta solução seriam infinitamente inferiores e ou muito me engano ou teríamos o problema resolvido para mais 100 anos.

A insistência nestes projectos faraónicos, deixam-me estarrecido e quase sem forças nem esperança, mas pode ser que ainda se faça luz nas cabecinhas iluminadas deste Portugal, sei que é difícil mas:

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO

1 comentário:

  1. Concordo com a opinião do TGV e Aeroporto. Os nossos chefes devem olhar mais para o que os portugueses precisam realmente, e não para o nome deles ficar agarrados "as grandes obras" feitas à nossa custa.

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