sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Costela Africana dos Gestores Públicos

Nesta altura de contenção e de cortes salariais, como é natural veio novamente "à baila" os indecorosos salários dos nossos gestores públicos o que me trouxe à memória um episódio ocorrido numa das nossas ex-colónias, quando integrava uma missão de cooperação militar alguns anos atrás.

Há conversa com alguns habitantes, e no meio duma miséria tremenda, tentava perceber quais as necessidades mais prementes ao desenvolvimento do país e a resposta foi no mínimo surpreendente:

"O que precisamos mesmo, é de jipe e fundo de maneio!"

Pois é ... temos uma elite de gestores públicos com uma costela africana, em que bastando ter conta recheada e viatura atribuída, o resto é o que menos importa, mas

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

The Oscar goes to ... José Sócrates



Ontem Cavaco Silva foi re-eleito com o apoio do PSD e CDS, apesar de ter espezinhado esse seu eleitorado tradicional no mandato que ora termina. Independentemente das considerações que acerca disso se possam fazer e do que daí resultou para o país, geriu bem a sua função presidencial no sentido da sua re-eleição e por isso está de parabéns, conseguindo o que queria numa eleição onde se destaca em particular:

- record de abstenção - mas não muito mais que na re-eleição de Jorge Sampaio;
- votos nulos quadriplicaram - significativo;
- e 77% dos portugueses recenseados mandaram às malvas o sistema político estruturado em torno dos partidos ( 53% de abstenção + 14% de Fernando Nobre + 4,5% JM Coelho + 5% de votos brancos e nulos) - muito significativo.

O burguês Manuel Alegre, socialista de militância e traidor segundo muitos, foi o grande derrotado da noite a par do seu correligonário minhoto, que teve um mais que merecido último lugar, quer pela postura que teve na campanha, quer pelo comodismo paroquial da mesma. Francisco Lopes cumpriu a sua missão sem comprometer, deixando para outro comunista a surpresa da noite 4,5% para José Coelho na sua candidatura contra o sistema e que se vai fazer ouvir durante algum tempo no meio do Atlântico.

Empurrado como lebre para esta eleição Fernando Nobre, obteve um bom resultado apesar de vestir uma camisola onde se notava não se sentir muito confortável, estava nitidamente a "jogar fora".

Assim, o que me apraz dizer é que afinal de contas o grande vencedor da noite foi José Sócrates, é que ou muito me engano, ou vamos tê-lo como primeiro-ministro durante bastante tempo.

Porquê? Muito simples, está no pico das medida menos populares, mas dentro em breve remodela o governo para um novo fôlego governativo, tirando margem de manobra ao presidente re-eleito para a sua demissão ... o tal referencial de estabilidade fica de mãos atadas para decepção de alguns. Por outro lado PSD e CDS, que vêm/viam nesta re-eleição um momento de viragem, desenganem-se quer pelo motivo que referi anteriormente, quer porque não passará nesta altura à esquerda na AR uma moção de censura que despoletaria eleições indesejadas por receio que daí resulte um governo centro-direita. 

Assim, não nos resta outra coisa senão

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!

sábado, 8 de janeiro de 2011

PORTUGAL - Um País Dois Sistemas



Quem País é este minhas sras. e meus srs., que País é este em que se assiste impávida e serenamente a todos e mais alguns atropelos daquilo que é suposto serem consideradas boas práticas governativas duma nação.

Os exemplos infelizmente, têm sido mais que muitos, mas o que me leva a escrever este texto é interrogar-me que País é este onde em "Face Oculta", "Freeport", "Apito Dourado", etc ... escutas, videos e outros meios de prova obtidos ilícitamente não lhes é dado relevância.

Em contrapartida, meios de prova obtidos da mesma maneira, já são levados em consideração para levar uma simples professora a tribunal por ter abordado a temática sexual numa aula.

Conclusão: PORTUGAL - Um País Dois Sistemas!

Até quando vive o povo adormecido e vai permitindo eleição em eleição que os mesmo se perpectuem no poder, que indignado e escandalizado se manifesta como se não fosse nada com ele, mas

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Recrutamentos para o Censos tresandam a trafulhice ou a História dum Sapo



O Ano velho já lá vai  e este 2010 que agora terminou deixou-me na sua parte final um sapo para engolir, resultado duma situação daquelas que se consta ser comum,  mas que por experiência própria nunca tinha provado o seu amargo sabor.

Felizmente, a vida permite-me uma disponibilidade para apenas me dedicar ou candidatar a projectos que me motivem e dentro da experiência que até aqui adquiri julgar poder ter uma boa prestação. Nessa base,  candidatei-me a Delegado Regional e Delegado Municipal do Censos 2011.

Aparentemente seria uma função que exigiria experiência e competências ao nível:

. de chefia, que tenho;
. de coordenação, que tenho;
. de planeamento, que tenho;
. de recrutamento, que tenho;
. de informática, que tenho;
. de conhecimentos cartográficos, que tenho;
. de formação, que tenho;
. de disponibilidade total, que tenho;
. de perfil expedito, que julgo ser;
. de perfil comunicativo, que julgo ser;
. de perfil sociável, que julgo ser;

Em suma, parecia-me ter tudo para encaixar que nem uma luva no que era exigido ... mas afinal não tinha, afinal faltava-me o principal.

Ultrapassada a avaliação curricular, fui convocado para uma entrevista de grupo, onde foi avançado um pouco mais do que nos esperava, que somado à avaliação que fiz da concorrência, que me pareceu ser fraca, me deixou confesso entusiasmado.

Assim, foi com naturalidade que encarei ser chamado a Lisboa ao Instituto Nacional de Estatística, agora para uma entrevista individual onde julgo não ter comprometido, mas donde saí perplexo com o que ouvi, fazendo logo nessa data menção disso na minha página do Facebook, sem obviamente mencionar a Instituição e o que estava em causa.

E o que me deixou perplexo, foi ouvir e ficar a saber que para o exercíco de funções numa instituição pública, cujo preenchimento é efectuado através de um processo de selecção por concurso público dessa instituição, haja o direito de veto por parte das câmaras municipais, cujo processo de selecção lhes passa ao lado na totalidade ... e quando o candidato pré-seleccionado "não é da côr" (que até era o caso), pode ser uma chatice.

E ainda não estava recomposto do que tinha acabado de ouvir, já me estavam a informar que muitos dos srs. Presidentes de Câmara por este país fora, quando o INE lhes apresenta o resultado da sua selecção, estes dizem que "têm um melhor" ... ao que os responsáveis do INE se acobardam por forma a evitar melindres, facto humanamente compreensível uma vez que é necessária a colaboração das autarquias para levar por diante a sua empreitada e o melhor mesmo é não haver chatices.

A esta apetência dos srs. Presidentes de Câmara por este assunto, não é estranho o facto na sua lógica de manutenção no poder, terem a possibilidade de distribuir mais uns rebuçaditos pela malta amiga, que no caso são os recenseadores que nos vêm bater à porta ... o perfil para a função, logo se vê que "aquilo é só tocar à campainha e entregar uns papéis".

Pois bem, se em relação ao preenchimento dos lugares para Delegados Regionais e apesar ter sido aberto concurso, pareceu-me correcta a opção da Instituição recorrer, estando disponíveis, a pessoas com quem já trabalharam e que demonstraram um desempenho positivo ... já no que diz respeito ao lugar para Delegado Municipal do Entroncamento, a coisa cheira-me muito a esturro.

É que soprou-me um passarinho ao ouvido que o que sobressaiu no curriculum do "candidato seleccionado" foi uma cartinha de recomendação do sr. Presidente da Câmara conjugada com a oportuna existência dum familiar do candidato dentro do próprio INE ... e a ser verdade, era isto que me faltava, faltava-me o principal: "A CUNHA". 

E srs do INE ... se por acaso a vossa escolha recaiu sobre um sr. que estou  para aqui a pensar, referem-se a ele aqui no Entroncamento nos seguintes termos: "... que sensibilidade tem para lidar com pessoas? - nenhuma, nunca soube lidar com pessoas esse senhor.", ou então "...não respeita funcionários ...", ou "... Ameançando todos ...", ou "...julga-se superior, não quer saber ...", ou " ... Que qualificações têm esse senhor ... Na minha opinião nenhuma..." ... e atenção ... não sou eu que o digo, procurem na Net que encontram estas citações.

E já agora, ainda para V.Exas. do INE, sabendo-se à partida qual é o resultado final, para a próxima podem abrir concurso na mesma, mas não chamem ninguém sff, é menos maçada para todos.

Dito isto meus amigos, quando em Março, do Algarve ao Minho, vos tocarem à campainha para entrega do questionário do Censos, há grandes probabilidades da pessoa que está à vossa frente ter sido escolhida apenas porque é da côr do Presidente da Câmara e se ela não souber responder convenientemente às suas dúvidas, então é quase de certeza. E ao olharem para ela, lembrem-se que também o chefe dela está no cargo graças a esse apetrecho fundamental que é a cunha. E se depois der bronca, como deu à 10 anos no Entroncamento, com o caricato do Presidente da Câmara na altura a pretender repetir o Censos ... não estranhem, é apenas mais uma factura deste triste fado do compadrio que existe em Portugal, cujos exemplos infelizmente são mais que muitos, mas

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!