segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

The Oscar goes to ... José Sócrates



Ontem Cavaco Silva foi re-eleito com o apoio do PSD e CDS, apesar de ter espezinhado esse seu eleitorado tradicional no mandato que ora termina. Independentemente das considerações que acerca disso se possam fazer e do que daí resultou para o país, geriu bem a sua função presidencial no sentido da sua re-eleição e por isso está de parabéns, conseguindo o que queria numa eleição onde se destaca em particular:

- record de abstenção - mas não muito mais que na re-eleição de Jorge Sampaio;
- votos nulos quadriplicaram - significativo;
- e 77% dos portugueses recenseados mandaram às malvas o sistema político estruturado em torno dos partidos ( 53% de abstenção + 14% de Fernando Nobre + 4,5% JM Coelho + 5% de votos brancos e nulos) - muito significativo.

O burguês Manuel Alegre, socialista de militância e traidor segundo muitos, foi o grande derrotado da noite a par do seu correligonário minhoto, que teve um mais que merecido último lugar, quer pela postura que teve na campanha, quer pelo comodismo paroquial da mesma. Francisco Lopes cumpriu a sua missão sem comprometer, deixando para outro comunista a surpresa da noite 4,5% para José Coelho na sua candidatura contra o sistema e que se vai fazer ouvir durante algum tempo no meio do Atlântico.

Empurrado como lebre para esta eleição Fernando Nobre, obteve um bom resultado apesar de vestir uma camisola onde se notava não se sentir muito confortável, estava nitidamente a "jogar fora".

Assim, o que me apraz dizer é que afinal de contas o grande vencedor da noite foi José Sócrates, é que ou muito me engano, ou vamos tê-lo como primeiro-ministro durante bastante tempo.

Porquê? Muito simples, está no pico das medida menos populares, mas dentro em breve remodela o governo para um novo fôlego governativo, tirando margem de manobra ao presidente re-eleito para a sua demissão ... o tal referencial de estabilidade fica de mãos atadas para decepção de alguns. Por outro lado PSD e CDS, que vêm/viam nesta re-eleição um momento de viragem, desenganem-se quer pelo motivo que referi anteriormente, quer porque não passará nesta altura à esquerda na AR uma moção de censura que despoletaria eleições indesejadas por receio que daí resulte um governo centro-direita. 

Assim, não nos resta outra coisa senão

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!

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