quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mau Resultado



O governo anunciou ontem uma série de novas medidas de austuridade e o que me apraz dizer nesta altura é o mesmo que disse aquando das anteriores ... não chegam.

E não chegam, nem nunca irão chegar este tipo de medidas, pela simples razão que não atacam a despesa supérflua do Estado (as despesas com o infindável número de institutos, parcerias público-privadas, fundações,... ) e atiram-se ao rendimento disponível das pessoas e empresas, que numa economia debilitada e estagnada como está a nossa, só irá agravar a situação levando à necessidade de novas no futuro. E estas medidas até roçam o ridículo quando cortam no investimento público, deixando de fora as grandes obras públicas, obras essas que no futuro serão mais uma fonte de prejuízo para o Estado ... como disse alguém "Isto é um País da brincadeira!".

Os mais distraídos, ao acabar de ler o parágrafo anterior devem-se estar a interrogar: Que não deve ser bem assim, porque se o governo avançou para elas é porque as ponderou.

É aqui que a "porca torce o rabo" como se costuma dizer, ponderar até as pode ter ponderado, o que acontece é que vivemos numa economia de mercado e as medidas são tomadas por "actores" que são intérpretes de esquerda e como tal as soluções apontadas acabam por dar mau resultado e perdoem-me a comparação, mas é como se um vegetariano fosse preparar uma valente feijoada, nem com a receita à mão lá vai.

E este tem sido o grande mal do País, temos sido governados por partidos de esquerda (PS e PSD) dentro duma economia de mercado, o raciocínio para encontrar as soluções  dos problemas parte de pressupostos de resolução errados e acaba por ser sempre pela via mais fácil: ir buscar mais receita; o que é um erro dentro deste tipo de economia, notando-se mais nas alturas de crise, sendo por isso que as empresas têm vindo e continuarão a fechar, e o desemprego tem vindo e continuará a aumentar.

Governos de esquerda em economias de mercado só pode dar mau resultado e infelizmente está à vista.

Cada vez mais descrente, mas

TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!

8 comentários:

  1. Viva Paulo

    Li com (penso) atenção o que escreveu. Julgo que comete um erro ao considerar o psd um partido de esquerda o que, na minha opinião, retira quase toda a credibilidade ao seu comentário. E se pensarmos que neste momento o seu presidente é um ultra-liberal, tal como o é o seu correlegionário paulo portas, o seu comentário fica ainda mais esvaziado no que á sua aceitação se refere. Sou, assumidamente, uma pessoa de esquerda e não tenho qualquer preconceito com a economia de mercado, até porque sou sócio de 2 pequenissimas empresas. Mas nao posso concordar com a ideia de que a esquerda não sabe viver/estar/governar em economia de mercado. Obviamente, excluo da esquerda que o consegue a esquerda radical, da qual penso fazerem parte em portugal o ultra ortodoxo, preguiçoso, bafiento pcp assim como ospseudo-intelectuais igualmente ortodoxos, muito preguiçosos e parados no tempo do be. Preocupam-me sobtetudo os populismos bacocos, baratos e de sacola que aqueles apregoam. Tal como muito me preocupam os populismos patrocinados pelo barão metido a intelectual, muito trabalhador, vaidoso, oportunista e capaz de mudar de opinião consoante o vento que é dono do pp (que entretanto foi rebaptizado de cds porque quem antes lhe trocou o nome - mais uma vez de acordo com as circunstâncias que melhor o favoreciam no momento). Considero-o ao paulo portas tão perigoso como o adolescente de mais 50 anos do louça e como o engolidor de discursos do jerónimo. Concluo que só nos resta como capazes de por ordem nisto o ps, o qual filio, assim como o psd, com o qual antipatizo.
    Penso que com esta minha opinião desencade-ei um debate entree as nossas duas opiniões tão divergentes, mas que podem ser interessantes.
    Aceite um abraço
    joaquim conde

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  2. Caro Joaquim,

    Muito me honra a intervenção de tão ilustre amigo, ainda para mais uma intervenção discordante, sendo essas as que estimulam e reforçam as minhas convicções.

    Sendo uma pessoa de esquerda como é, óbviamente não estou à espera que esteja de acordo comigo, assim como verifico no meu amigo a existência duma pequena confusão na interpretação do que é ser de Direita (ou Conservador) e o ser Liberal, o CDS é um partido de direita não é um partido liberal.

    Essa filiação no PS, não me surpreende dado que nos dias que correm é meio caminho andado para sobreviver quando se lida com organismos na dependência do estado, não-o censuro por isso apesar desse "sistema instituído" ser censurável.

    O PS e o PSD, apesar de em termos teóricos serem diferentes, são nesta altura duas faces da mesma moeda, moeda essa que é a unidade monetária dos grandes grupos de interesse.

    Um Abraço

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  3. Pronto venho aqui comentar o assunto exposto para que não fique zangado.
    Este país não tem rei nem roque porque a classe política não presta, em especial a dos partidos com assento parlamentar, por terem mais visibilidade.
    Quanto a despesas e cortes, foi exactamente o seu partido, que suponho ser o CDS, que iniciou o plano radical de cortes no orçamento para equilibrar o deficit quando esteve no governo e depois vem-se a saber da despesa acrescida dos submarinos. Não é que estes não venham a ser uteis, isso não está em questão, o que está em questão são os dois pesos e as duas medidas. Apertar o cinto, cortar nisto cortar naquilo, colocar projectos na gaveta e outros que mais são situações que o CDS contesta quando está na oposição mas faz quando está no governo. Para além disso, o comandadnte portas lança repetidos ataques a quem está no rendimento minimo numa altura em os empregos são escassos, mas não contesta a entrega de dezenas de milhares de milhões para salvar as negociatas de bancos que sem qualquer escrúpulo investiram as poupanças de reformados e trabalhadores honestos e também o dinheiro que não tinham, em negócios pouco claros. Aqui já não há qualquer tipo de contestação. Não se esqueça que estas medidas são introduzidas para salvar o coirão desses vigaristas. Portanto sr. Bica quando se está de fora diz-se uma coisa e quando se está dentro faz-se outra.
    Termino com uma sugestão de leitura, que talvez conheça ou não: A Engrenagem, Jean Paul Sartre.

    Atenção que não sou xuxalista

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  4. Caro PernaMarota,

    Não estou zangado, e até posso transmitir que me diverti só de pensar como o carissímo se estaria a "roer" por não responder às suas provocações no outro blogue e de pensar nas possíveis respostas que não dei ... que seriam merecidas.

    Feito o aparte para alguma compreensão do seu primeiro parágrafo por quem leia este blogue, vamos ao que interessa. E o que interessa é fundamentalmente aproveitar a oportunidade para esclarecer dois pontos:

    Sem mencionar o nome fala no caso BPN e diz que o CDS não contesta ... quando o dr. Nuno Melo foi o principal contestatário, estanho essa alusão.

    Outro ponto é a alusão da passagem do CDS pelo governo de coligação PSD/CDS quando diz: "... e depois vem-se a saber da despesa acrescida dos submarinos.". Mas isso não se sabia? Sabia! E tanto que se sabia, que face já às dificulades das contas na altura, o então ministro da defesa dr. Paulo Portas, renegociou o contrato para adquirir apenas 2 submarinos quando a aquisição inicial era de 4 submarinos, feita pelo governo do Eng. António Guterres, no cumprimento da Lei de Programação Militar votada na Assembleia da República. Mas claro, isto não interessa nada, o que interessa é falar superficialmente para "fritar" o dr. Paulo Portas e o CDS em lume brando ... eu gostava é que fossem investigar os contratos, isso é que era serviço e depois possivelmente alguém ficaria admirado com os resultados ... mas isso também não interessa nada.

    Quanto ao resto a nossa leitura da situação é muito semelhante e quando diz "...quando se está de fora diz-se uma coisa e quando se está dentro faz-se outra...", infelizmente é verdade e por isso desde algum tempo a esta parte digo em primeiro lugar às pessoas que têm de se capacitar em deixar de votar PS ou PSD e votar numa alternativa à esquerda ou à direita e como é óbvio prefiro que optem pela segunda hipótese.

    A Política é a arte do possível, mas o comportamento dos 2 maiores partidos tem sido nojento, mas só assim é porque as pessoas o permitem, tem oportunidade de mudar mas no momento do voto, continuam a votar nos mesmos e enquanto assim for não antevejo grandes melhoras, até pelo contrário, sentem-se impunes da leviandade da sua governação.

    Cumps

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  5. Caro Sr. P. Bica

    Depois de um periodo de reflexão, achei que lhe devo um sincero pedido de desculpas. Não sei se já visitou o outro blog, mas retirei os comentários de pouca moralidade que lhe dirigi. Afinal, quem sou eu para insultar quem não me insultou a mim?
    Foi de enorme falta de delicadeza o teor das minhas palavras, por isso aqui apresento o meu arrependimento.

    Quanto ao Dr. Paulo Portas, digo-lhe que fui ,nos meus tempos de liceu, um leitor assiduo do seu Independente. Mais tarde, já no CDS, deixei de nutrir simpatia pelas suas posições e uma delas é a atitude que tem para com o Rendimento Mínimo, como já referi no anterior comentário. Isto porque, os portugueses são um povo pobre na sua maioria, pobre em termos de educação, pobre em termos de empregos e respectivos ordenados, pobre em termos de ambição e objectividade e pobre na sua determinação em exigir melhores condições de vida sem andar atracado aos sindicatos e partidos de esquerda. Penso que o rendimento mínimo é necessário, mas também reconheço que que deve haver uma reavaliação na sua atribuição. Eu até sou da opinião de que os pensionistas deveriam ter uma especie de redimento mínimo que os ajuda-se a pagar os medicamentos ou despesas de cuidado primário nas suas doenças e isto incluí quem necessitar de acompanhamento permanente. Claro que estas ajudas seriam para quem recebe reformas miseráveis e não para quem tem reformas que são mais do que suficientes para a sua vida diária. Estas verbas viriam de um imposto especial aplicado a quem auferisse mais de 2000 Euros de reforma, aumentando se houvesse acumulação de ordenados. O resto seria coberto pela Segurança Social. A este imposto dar-se-ia o nome de Solidariedade Pensionista e era uma maneira justa de evitar os abusos das pensões, como a de Manuel Alegre, pelo trabalho que desenvolveu na RDP.

    com os melhores cumprimentos

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  6. Caro PernaMarota,

    Só agora reparei neste seu último comentário, mas ao final da tarde tinha visto e respondido no outro blogue que aceitava as suas desculpas, registando o facto de se retratar publicamente, gesto que não é para qualquer um, que só abona em seu favor e assunto encerrado. E resta-me só acrescentar que ontem me era indiferente, mas hoje confesso a minha curiosidade em conhecer quem teve a nobreza de carácter para publicamente fazer a reviravolta que fez, temos de ir tomar um café um dia destes.

    Quanto ao Rendimento Mínimo, desculpe que lhe diga mas a sua posição é exactamente a mesma do CDS, o CDS não se opõe a RSI (vulgo Rendimento Mínimo) mas exige a reavaliação na sua atribuição (palavras suas) por exemplo quando os beneficiários são traficantes de droga ou de armas conforme os meios de comunicação social têm divulgado. Ora, se a sociedade está a ser solidária com eles, o mínimo que se pode deles esperar é o seu respeito pela Lei e pela Ordem, o que não tem acontecido. O CDS só está contra os abusos que ocorrem no RSI.

    Ao contrário do que muitos querem fazer crer, o CDS tem preocupações socias, está no seu programa político e está no seu dia-a-dia, bastando para isso dedicar um pouco mais de atenção às nossas propostas. Essa sua vontade de criar um novo imposto é que já não é muito pró-CDS, é nosso entendimento que já há impostos a mais, e até lhe digo que na minha opinião o Estado tem dinheiro a mais e por ter a mais é que o esbanja num sem número de inúteis institutos, empresas públicas e indecentes mordomias, porque se o dinheiro dos nossos impostos fosse usado com parcimónia chegava para ajudar os mais necessitados e ainda haveria folga aliviar os que mais impostos pagam, mas infelizmente neste País vêm-se fazendo o contrário e é com toda a naturalidade que ele vai definhando.

    Cumps

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  7. Caro P.Bica

    Tem razão no aspecto do imposto. Talvez eu não me tenha feito entender de forma clara. O que eu queria dizer é que não deveriam ser permitidas a acumulação de reformas e continuarem a trabalhar, ou pelo menos a fazer de conta, muitas vezes nesses institutos inúteis de que fala. Acho que é um abuso, num país pobre como Portugal. Também me parece injusto, que alguém que por ter servido o estado por uns anos saia com uma choruda reforma e que tantos pensionistas que trabalharam 50 anos, tenham uma miséria para comer e pagar medicamentos, etc.

    Concerteza que aceito um convite seu para tomar café. Tenho família no Entroncamento e será um bom motivo para juntar o útil ao agradável. No entanto, como não me encontro na zona, serme-á um pouco difícil fazê-lo nos proximos tempos.
    Mas o convite fica registado e como passarei a seguir o seu blog, logo o informarei da minha disponibilidade.

    cumprimentos

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  8. Caro PernaMarota,

    Não é o único a pensar assim, vivemos num País onde proliferam abusos em favor de alguns acabando por criar cruéis injustiças porque todos nós sabemos que à sua volta existe um mundo de dificuldades.

    Não é politicamente correcto dizê-lo, mas a culpa é do Povo, não é daqueles que são eleitos por ele, porque aos serem-lhes renovandos os seus mandatos mesmo que governem mal, vão-se sentido cada vez mais impunes na sua actuação.

    Fico então a aguardar a sua passagem, não lhe pergunto aqui a sua localização para o caso do café ser tomado noutras bandas. Normalmente "paro" mais pelo Facebook e se por lá estiver e se quiser pode adicionar, não há muitos com o meu nome e a foto até é a mesma ... salvo erro até nem tenho lá nenhum amigo dos comentadores do outro blogue.

    Cumps

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